Banca está a privilegiar a concessão de crédito à compra de casa. Até fim de Abril, estes empréstimos subiram 21%.
As maiores restrições à concessão de novos empréstimos estão a afectar essencialmente as empresas. Quer por falta de projectos candidatos a financiamento bancário quer por maior aperto nos critérios de atribuição, a verdade é que nos primeiros quatro meses de 2010 os novos créditos ao tecido empresarial português caíram 16,5%, quando comparado com o registado em igual quadrimestre de 2009.
De acordo com as últimas estatísticas online do Banco de Portugal, publicadas esta semana e com indicadores referentes a Abril último, o comportamento não é similar no que respeita aos novos empréstimos a particulares.
Com efeito, no crédito à habitação regista-se um aumento de 20,9% nos novos contratos de empréstimos escriturados nos primeiros quatro meses de 2010, face ao período homólogo do ano passado. Trata-se de uma variação surpreendente face ao contexto de maior rigor na análise do risco do cliente e ao consequente agravamento dos spreads para valores impensáveis há um ano.
A explicação poderá estar numa ligeira retoma no sector da habitação, com os bancos a privilegiarem a concessão destes empréstimos com garantias reais, em detrimento de outros créditos.
Assim, até Abril, as instituições de crédito a actuar no mercado do crédito à habitação concederam 3,2 mil milhões de euros de novos empréstimos, contra 2,7 mil milhões no primeiro quadrimestre de 2009.
O financiamento ao consumo dos particulares, por seu lado, apresentou uma variação positiva de 3,6% neste período, atingindo 1,15 mil milhões em Abril último, um tipo de crédito que tem vindo a registar um claro abrandamento nos últimos tempos.
Entre as empresas, a maior retracção no crédito regista-se ao nível das maiores, ou seja, nos empréstimos acima de um milhão de euros. Aqui, a redução nos primeiros quatro meses do ano foi de 17,8%, caido de 8,1 mil milhões de euros em 2010, para 6,6 mil milhões em igual mês do ano passado.
Já no que respeita aos empréstimos até um milhão de euros, montantes contratados normalmente pelas pequenas e médias empresas, a queda, no período em análise, foi de 15,2%, passando de oito mil milhões para 6,7 mil milhões de euros.
De salientar ainda que a nova produção mensal de Abril apresentou uma queda face ao mês anterior em todos os tipos de empréstimos, depois de Março ter sido um mês de crescimento mensal significativo, especialmente no crédito à habitação e consumo destinado aos particulares.
fonte:http://dn.sapo.pt