Crédito aos particulares bate mínimos de sempre
Em Junho, os bancos concederam mais empréstimos, mas a maior parte do dinheiro foi para as grandes empresas.
No mês de Junho, os bancos tornaram-se menos restritivos no que respeita ao financiamento da economia. No total, foram concedidos perto de 4,6 mil milhões de euros em novos empréstimos às empresas e às famílias, segundo dados do Banco de Portugal. Este valor equivale a um acréscimo de 13,23% face ao montante total de novos empréstimos que tinham sido facultados no mês de Maio. É também o valor mais elevado de financiamento desde Março. Contudo, a "abertura dos cordões à bolsa" por parte dos bancos apenas beneficiou as grandes empresas (montantes de crédito acima de 1 milhão de euros). Os restantes segmentos- famílias e pequenas e médias empresas (montantes de crédito até 1 milhão de euros), pelo contrário, viram o total de novos empréstimos cair. No caso das famílias, tratou-se, aliás, do mês em que os bancos lhes emprestaram menos dinheiro.
Do total de empréstimos concedidos em Junho, 4,1 mil milhões de euros destinaram-se às empresas. Isto equivale a uma subida de 17,34%, face aos montantes concedidos em Maio, e de 13,74%, face ao período homólogo. Deste montante, perto de 2,5 mil milhões de euros tiveram como destino as grandes empresas. Face ao mês anterior, este valor corresponde a uma subida de mais de 41% no montante de novo crédito concedido.
Já no que respeita às empresas de menor dimensão, pelo contrário, os novos empréstimos caíram 7,1%, para pouco mais de 1,6 mil milhões de euros. Parte da justificação para a subida dos empréstimos às empresas de maior dimensão poderá relacionar-se com o alívio do custo médio do financiamento. Para esse segmento, os bancos cobraram em Junho um juro médio de 5,06% pelos novos empréstimos, menos 33 pontos base face à taxa de 5,39% que foi aplicada no mês de Maio. Já no caso das pequenas e médias empresas (PME), apesar de também se ter registado um recuo da taxa de juro média, a quebra foi muito menos acentuada. Nesse mês, as PME portuguesas que conseguiram aceder ao financiamento dos bancos pagaram, em média, 7,12%. Esta taxa fica aquém em apenas quatro pontos-base face à taxa cobrada em Maio.
fonte:http://economico.sapo.pt/