Banca aumenta comissões em empréstimos mais curtos
O Banco de Portugal divulgou o inquérito aos bancos nacionais sobre o mercado de crédito, realizado em Julho deste ano, onde o sector assume uma maior restritividade da política deconcessão de crédito, relacionada “com um aumento do custo de capital e restrições de balanço dos bancos, bem como com uma avaliação menos favorável dos riscos apercebidos pelas instituições, evidenciando-se a deterioração das expectativas relativas à actividade económica em geral”.
Esta alteração, revela o inquérito, traduziu-se no aumento dos spreads aplicados, especialmente nos empréstimos de maior risco, mas também no agravamento de outras condições contratuais para além das taxas de juro. Aqui, incluiu-se a redução da maturidade e do montante dos empréstimos concedidos, o aumento das comissões e outros encargos, assim como das garantias exigidas.
Entre Abril e Junho deste ano, além da restritividade na concessão de crédito, também a procura registou um abrandamento.
Para o terceiro trimestre de 2011, os bancos inquiridos antecipam a aplicação de critérios ainda mais restritivos na concessão de empréstimos a empresas e particulares.
“No segmento empresarial, todas as instituições antecipam a aplicação de critérios de concessão de empréstimos ou linhas de crédito a empresas mais restritivos, tendo duas instituições reportado expectativas de um agravamento considerável dos mesmos”
Os empréstimos com maturidades mais longas e o segmento das grandes empresas serão os mais penalizados.
Neste inquérito, o Banco de Portugal também quis avaliar o impacto da nova regulamentação de capital, no contexto do Acordo de Basileia III ou de alterações regulamentares impostas a nível nacional, sobre a política de crédito dos bancos na área do euro.
De acordo com os resultados obtidos, nos últimos seis meses ter-se-á verificado, em termos médios, uma ligeira diminuição dos activos ponderados pelo risco e um aumento dos fundos próprios.
Esta nova regulamentação terá contribuído para a prática de critérios de concessão de crédito ao sector privado não financeiro mais restritivos. Estas tendências deverão persistir nos próximos seis meses e no decurso de 2012.
fonte:http://www.ionline.pt/