Deco já recebeu 20 mil queixas sobre créditos em 2011
Crédito à habitação é o que leva mais portugueses a reclamar.
Recorrer ao crédito é, para muitos portugueses, a única forma de conseguirem adquirir alguns bens, desde a casa a pequenos objectos de consumo. Contudo, nem sempre o processo de crédito decorre da melhor forma. À Deco - Associação de Defesa do Consumidor já chegaram, desde o início do ano, 20.035 queixas de consumidores relacionadas com créditos à habitação ou ao consumo. Deste "bolo", a maior parte das reclamações relaciona-se com o crédito à habitação - 11.232 queixas - enquanto 8.803 dizem respeito a problemas com empréstimos ao consumo.
Como explica Carla Oliveira, jurista da Deco, no topo das reclamações que chegam à associação de consumidores continuam a estar problemas relacionados com o dever de informação - ou seja, a omissão de dados relevantes na contratação dos créditos. Neste âmbito, é no crédito ao consumo onde existe a maior violação dos direitos dos consumidores. Como explica Carla Oliveira, "embora a legislação seja exigente e o intermediário tenha de apresentar alguma informação antes da celebração do contrato, continuamos a verificar que existe um grande incumprimento na informação prestada". Visados por estas reclamações são sobretudo os intermediários que agem a título acessório. Ou seja, os comerciantes que vendem produtos a crédito e que não estão habilitados para esclarecer o consumidor sobre o crédito.
Outro dos temas que levam mais consumidores a contactar a Deco são reclamações de reembolso antecipado do crédito, questões relacionadas com o que o consumidor desconhece que terá de pagar, bem como comissões que não são devidas. Por outro lado, na habitação, a renegociação das condições dos contratos é um dos temas onde os clientes bancários apresentam mais razões de queixa. Segundo Carla Oliveira, "seria importante que os bancos fossem mais flexíveis à renegociação. Sem essa flexibilidade é bem mais gravoso e maior é o risco de entrada em situações de incumprimento".
fonte:http://economico.sapo.pt/n