Bancos secam crédito às famílias
O crédito concedido às famílias caiu para os valores mais baixos desde 2003 – ano a que remonta a série do Banco de Portugal –, atingindo em Novembro os 678 milhões de euros, dos quais 230 milhões para a compra de habitação e 189 milhões para consumo. Trata-se de metade do valor disponibilizado um ano antes, quando foram emprestados aos particulares 1327 milhões de euros, segundo os dados divulgados ontem pelo Banco de Portugal.
São mínimos históricos que reflectem a estratégia dos bancos de aumentar os spreads cobrados – que ao nível do crédito à habitação já estão nos oito por cento – e que se conjugam com as dificuldades financeiras das famílias.
É neste contexto que as estatísticas do Banco de Portugal também mostram um aumento do crédito malparado nos empréstimos à habitação, que em Novembro de 2011 atingia o valor mais elevado desde 2003: 2145 milhões de euros. Tal como os calotes no crédito ao consumo, com 1487 milhões de euros em falta.
A tendência de diminuição na concessão de créditos às famílias agrava--se a partir de Junho, depois de se conhecer em detalhe as exigências de austeridade da troika e as regras impostas à banca em termos de rácios de capital .
Até Novembro de 2011, foram concedidos créditos à habitação no valor de 4564 milhões de euros, que comparam com os 9261 milhões de euros concedidos no mesmo período de 2010: ou seja, menos 4697 milhões de euros.
A partir de Setembro do ano passado, o valor dos créditos para outros fins (destinados às despesas com educação e saúde, por exemplo) ultrapassou o destinado à compra de habitação. Em Novembro último, foram concedidos pelos bancos empréstimos no valor de 259 milhões de euros, ou seja, mais 29 milhões de euros do que o crédito para a compra de habitação.
fonte:http://www.cmjornal.xl.pt/