Ritmo de novas famílias em incumprimento é "assustador"
Nos três primeiros meses do ano, mais 28 mil famílias deixaram de poder pagar os seus empréstimos à banca. DECO diz que "ritmo é assustador".
Os números são da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal: entre Janeiro e Março deste ano, mais 28 mil famílias deixaram de poder pagar os seus empréstimos à banca. E foi no crédito à habitação onde se registaram mais casos de incumprimento. Para a DECO, associação de defesa dos consumidores, o ritmo de novas famílias em situação de incumprimento é "assustador" e o cenário não deverá melhorar até final do ano.
"A expectativa é que o número de famílias em dificuldades aumente mais até final do ano. O desemprego é a principal causa das dificuldades de família. O ritmo [de novas famílias em incumprimento] é assustador. É difícil perspectivar até onde podemos chegar", comentou Natália Nunes, da DECO, em declarações ao Etv.
Segundo a responsável, mais de 90% dos casos que chegam à DECO são de famílias em incumprimento de pelo menos um crédito. E a partir desse momento, "a única coisa que a DECO pode fazer é dizer o que vai acontecer a essa família", explicou a responsável.
Natália Nunes admitiu que parte da culpa está na falta de informação dos consumidores, mas também não poupa os bancos, assim como Banco de Portugal e o Governo por falta de regulação e supervisão.
E defendeu medidas para travar escalada do número de famílias em insolvência.
"Toda a gente já reconheceu a necessidade de ajudar as famílias, nomeadamente a que tem crédito à habitação", disse a responsável. "Os bancos já têm vindo a fazer ajustamentos, renegociando os contratos com os clientes, a contactá-los de forma antecipada para evitar problemas. O desemprego é algo temporário. É necessário, por exemplo, que haja um período de carência, até que o cliente encontre emprego. São medidas como estas que têm de ser aplicadas", reforçou.
fonte:http://economico.sapo.pt/