Como poupar 50% com um crédito pessoal
A maioria das instituições tende a aproximar a taxa que efectivamente pratica do intervalo máximo anunciado. No último trimestre, a taxa média praticada no crédito pessoal foi de 14,5%.
Primeira regra: só pedir um crédito pessoal se necessitar realmente dele. A maioria das taxas de mercado atingem os dois dígitos, com a taxa máxima a passar os 16%, na Cetelem. Significa isto que, num crédito de 5.000 euros terá pago 150% desse valor ao final de cinco anos, ou seja, quase 7.500 euros. Mas existem opções mais baratas: o ActivoBank cobra 11% para lhe emprestar os mesmos 5.000 euros, o que se traduz numa poupança superior a 800 euros no final do prazo.
O Diário Económico reuniu as taxas fixas mínimas e máximas praticadas por 19 instituições financeiras para crédito ao consumo e ordenou-as pelo pior cenário possível, ou seja, o de taxas máximas. Apesar de algumas instituições apresentarem taxas mínimas em torno dos 8% ou 9%, a taxa média praticada em Portugal no último trimestre para este tipo de créditos sugere que a generalidade das instituições tende a aproximar a taxa efectiva da taxa máxima. O Banco de Portugal fixou o limite de juros no crédito pessoal sem finalidade específica em 18,1% para o quarto trimestre, o que significa que a taxa média praticada entre Julho e Setembro foi de 14,5% (o limite é encontrado pela média do mercado no trimestre anterior acrescida de um quarto).
No entanto, pode avaliar a sua situação e perceber se tenderá a aproximar-se de valores mais baixos: será o caso de quem não tem outros créditos, além da habitação possivelmente; de alguém cuja taxa de esforço (que combina o valor da prestação com o seu rendimento disponível) não ultrapasse os 10% a 15%; ou de quem tenha fiadores ou algum tipo de garantias. O envolvimento comercial com o banco, através de uma conta, cartão, seguros ou depósito, também poderá beneficiá-lo na taxa de juro.
Significa isto que a melhor opção será sempre recorrer aos seu banco na altura de obter um crédito pessoal? O intervalo de taxas praticadas pelos bancos diz-lhe que não. Existem bancos cuja taxa mínima é mesmo superior à taxa de juro máxima praticada por outras instituições. Por exemplo, a taxa mínima no banco Best (12%) ou no Barclays (12,5%), é superior à máxima no ActivoBank (11%) ou na CGD (11,6%), enquanto o mínimo cobrado no BiC (14,5%) é superior ao intervalo máximo de quase todas as outras instituições.
(artigo publicado no suplemento Finanças Pessoais na edição de 8 de Novembro do Diário Económico)